Duas Apresentações: no dia 15/09 às 21h e no dia 17/09 às 19h. | "Don Giovanni" é uma famosa ópera em dois atos composta por Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto de Lorenzo Da Ponte. A obra conta a história do libertino e sedutor Don Giovanni e suas conquistas amorosas e manipulações, enquanto as personagens femininas começam a resistir e a se afirmar ao longo da trama.
Récitas
15 de setembro · 21h00
17 de setembro · 17h00
Ficha artística
Jorge Balça, encenação
Bruno Borralhinho, direção musical
Osvaldo Ferreira, direção artística da OFP
Pedro Lopes, correpetição
Carlos Antunes, cenografia
Natacha Costa Pereira, cenografia
Nuno Esteves (Blue), Figurinos, Adereços e Caracterização
Zeca Iglésias, desenho e operação de luz
Ana Paula Menezes, direção de cena
Elenco
Don Giovanni — Christian Lujan, barítono
Leporello — José Corvelo, barítono
Donna Anna — Rita Marques, soprano
Donna Elvira — Sílvia Sequeira, soprano
Don Ottavio — João Pedro Cabral, tenor
Zerlina — Bárbara Barradas, soprano
Masetto — Luís Rendas Pereira, barítono
Comendador — Jeroboám Tejera, baixo
Pedro Lopes, cravo
Coro do Festival de Ópera de Óbidos
Filipa Palhares, direção do coro
Orquestra Filarmónica Portuguesa
Bruno Borralhinho, direção musical
SINOPSE
Nesta produção de Don Giovanni, a história de um sedutor no âmbito de um Festival dedicado às mulheres, pretende-se precisamente lançar uma nova luz sobre as três personagens femininas da famosa ópera de Mozart. Aqui, as fronteiras entre vítima e cúmplice tornam-se ténues, e as motivações das mulheres envolvidas - Donna Anna, Donna Elvira e Zerlina - são examinadas num contexto novo e provocador.
Donna Anna, a nobre senhora, é tradicionalmente vista como vítima do assédio de Don Giovanni. Mas e se a realidade fosse outra? E se Donna Anna estivesse perfeitamente ciente do que se passava no quarto quando foram surpreendidos pelo Comendador, seu pai? Será que todo aquele ímpeto disfarçado de dignidade não é senão um manifesto conflito de emoções por saber que seu pai morreu na defesa da sua honra? Como poderia ela explicar isso a D. Ottavio cujo perfil marcado de formalismo e retidão, nada tem que ver com o sentido de aventura, profundamente hedonista e despreocupado de D. Giovanni e, por isso mesmo, potencialmente magnetizante para Donna Anna? Uma perspetiva que abre todo um conjunto de novas possibilidades sobre a sua procura por justiça, revelando uma camada de complexidade e um jogo de poder por norma oculto.
E se Donna Elvira, frequentemente retratada como a amante enganada, abandonada e talvez até por isso, algo obcecada, fosse de facto a única a nutrir verdadeiros sentimentos por Don Giovanni? O seu amor, apesar das circunstâncias, torna- se num retrato da lealdade e da paixão desmedida, ao mesmo tempo que questiona o significado do amor e da dedicação num mundo onde a traição é a norma.
Zerlina, a camponesa noiva de Masetto, é atraída pela sedução de Don Giovanni. Mas e se ela não fosse apenas uma vítima inocente? E se ela também achasse piada ao jogo de sedução com Don Giovanni? Isso revelaria uma nova faceta da sua personalidade, mostrando que também ela sabe jogar os jogos de poder e de sedução das outras mulheres.
No fundo, podemos dizer que aqui não há um único sedutor em Don Giovanni, mas um intenso jogo entre o predador que sabe tirar partido da sua condição social e de poder, do seu magnetismo e carisma, e todas estas mulheres com quem se cruza sem lhes dar o devido valor, e cujo erro é precisamente a arrogância da subestimação da própria vontade dessas mulheres. E no meio disto tudo estão Don Ottavio e Masetto, presos no turbilhão provocado por Don Giovanni e pelos jogos de poder e sedução das mulheres à sua volta. As suas lutas e reações a esta situação desafiadora oferecem um contraste aos retratos femininos, mas são, no final, as mulheres - as suas emoções, motivações e ações - que se tornam o foco principal da história.
Nesta produção explora-se a condição feminina num mundo onde a sedução, o poder e o jogo são a norma. Questiona as narrativas convencionais e lança novas perspetivas sobre o que significa ser mulher num mundo dominado por homens, homenageando a complexidade, a força e a astúcia dessas mulheres.
SOBRE O FESTIVAL
Ressurgimento do FOO
O Festival de Ópera de Óbidos, que marcou toda uma geração de profissionais e melómanos, esteve inativo nos últimos anos. A ABA - Banda de Alcobaça, Associação de Artes, na sua candidatura ao Apoio Sustentado da Direção Geral das Artes para o período 2023–2026, afirmou como um dos seus objetivos o ressurgimento deste festival, estabelecendo para o efeito uma parceria estratégica com o Município de Óbidos. Com esta parceria, pretende-se dar uma nova vida ao Festival de Ópera de Óbidos dotando-o de condições para que possa ambicionar um futuro sustentável e com capacidade de crescimento, contribuindo para colocar Portugal no circuito global de ópera.
Relevância
O Festival de Ópera de Óbidos pretende posicionar Portugal no circuito global da ópera através de parcerias estratégicas nacionais e internacionais e da participação de artistas de renome. Temos a ambição de transformar Óbidos num laboratório de ideias criativas nos campos da encenação, interpretação musical e ligação aos públicos, bem como um espaço para a descoberta e afirmação de talentos, dotando este Festival de uma ambição internacional que se deve projetar no Futuro do mesmo, fazendo de Portugal um centro de produção e circulação de ópera com alcance global, atraindo um público internacional e impulsionando o turismo cultural, deixando uma marca indelével no panorama operístico.
As atividades do Festival estendem-se desde Agosto, ainda em Lisboa e no Porto, onde decorrerão ensaios e os trabalhos de preparação das óperas, até meados de Setembro, altura em que serão apresentados os espetáculos.
A Quinta das Janelas
O espaço escolhido para acolher as atividades do Festival de Ópera de Óbidos é a Quinta das Janelas. Situada em Vale das Flores e a poucos metros do Convento de São Miguel, a sua construção remonta aos princípios do século XVI, incorpora a antiga Quinta das Flores (onde a Rainha D. Leonor ficava quando se deslocava às Caldas). Um local mágico e cheio de história que inclui um Palacete do século XVI, um conjunto de lagares, adegas, um picadeiro e um chafariz. Nesta quinta podemos ainda ver a Capela da Nossa Sra. do Desterro e uma nascente de águas sulfurosas (antigamente denominadas Caldas das Gaeyras) as quais são aproveitadas numa casa simples, coberta com uma abóbada, tendo no seu interior um tanque.
COMO CHEGAR
Plus Code: 9VC5+HGR Gaeiras
GPS: 39.371495, -9.141227
Desde a A8 – Autoestrada do Oeste
Na A8 sair na saída n.º17 (no sentido Sul–Norte indicação “N8 / Caldas da Rainha Sul / Gaeiras” e no sentido Norte–Sul indicação “N8 / Óbidos / Gaeiras). Seguir pela N8 / N114 na direção Óbidos / Gaeiras e, na rotunda do “Recheio - Cash and Carry” sair na 3ª saída na direção “Óbidos”. Cerca de 350 metros após a rotunda encontrará a indicação para a entrada do festival à sua esquerda.
Desde Óbidos
Tomando como ponto de partida a Estátua da Mão, na Praça da Criatividade, desça até à rotunda, deixando para trás as muralhas de Óbidos. Saia na 2ª saída (N8 / Caldas da Rainha) e siga pela N8 / N114 cerca de 2 quilómetros. Irá passar pelo Santuário do Senhor da Pedra, pela localidade de Caxinas, em Casal do Zambujeiro encontrará a indicação para a entrada do festival à sua direita.
BILHETEIRAS
Os bilhetes para o Festival de Ópera de Óbidos estarão disponíveis em blueticket.meo.pt e em dois postos de venda físicos: no Posto de Turismo de Óbidos (todos os dias) e na Quinta das Janelas (apenas nos dias dos espetáculos).
O Posto de Turismo de Óbidos encontra-se junto ao Parque de Estacionamento principal, na zona extra-muros, a cerca de 200 metros da entrada da vila de Óbidos.
Para mais informações sobre Óbidos e sobre o Festival, poderá visitar o website oficial do municípios de Óbidos.