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Para além das três operas que serão apresentadas, o festival contará com uma Gala de Ópera. O tema da Gala, como esperado, girará em torno das grandes personagens femininas da ópera.


  • Data:16-09-2023 09:00 PM
  • Localização N114 6, Gaeiras, Portugal (Mapa)
  • Mais informações:O Festival de Ópera de Óbidos será apresentado na Quinta das Janelas.

Descrição

Gala de Ópera

Mulheres: Da Paixão à Inocência – uma Dança com o Destino

Récitas
16 de setembro · 21h00

Programa
Carmen, de Georges Bizet
Abertura
Habanera "Quand je vous aimerai?… L'amour est un oiseau rebelle"
Ária "Votre toast"
Ária "La fleur que tu m'avais jetée"
Canção e Dança Cigana "Les tringles des sistres tintaient"
Coro de Crianças "Avec la garde montante"
Dueto Final entre Don José e Carmen: "C'est toi! C'est moi!…"

· · · Intervalo · · ·

La Traviatta, de Giuseppe Verdi
Prelúdio
Ária e Cabaletta "Lunge da Lei… Dei miei bollenti spiriti… O mio rimorso!"
Cena Germont, Violetta:
“Madamigella Valéry?…”
“Pura siccome un angelo…”
“Bella voi siete”
“Dite alla giovine…”
“Morrò! La mia memoria”
Ária "Di Provenza il mar, il suol… Ne rispondi…"

· · · Intervalo · · ·

Eugen Oneguin, de Piotr Ilich Tchaikovsky
Polonaise

O Sonho de Uma Noite de Verão, de Felix Mendelssohn
Canção com Coro

Cavalleria Rusticana, Pietro Mascagni
Intermezzo

Rigoletto, de Giuseppe Verdi
Ária “La donna è mobile”
Quarteto “Un di, se ben rammentorni… Bella figlia dell'amore”

La Traviatta, de Giuseppe Verdi
Brindisi “Libiamo, ne'lieti calici”

Elenco
Carla Caramujo, soprano (Violeta e Gilda)
Cátia Moreso, meio-soprano (Carmen e Maddalena)
Luís Gomes, tenor (Don José, Alfredo e Duque)
Luís Rodrigues, barítono (Escamillo, Giorgio Germont e Rigoletto)

Coro Infantil do Festival de Ópera de Óbidos
Filipa Palhares, direção do coro

Orquestra Filarmónica Portuguesa
Bruno Borralhinho, direção musical


SINOPSE


Esta gala foi pensada para oferecer uma perspetiva sobre as personagens femininas de três grandes óperas — Carmen de Bizet, La Traviata de Verdi e Rigoletto, também de Verdi. Logo no início perceberemos os contrastes entre Carmen e Violetta e como ambas, apesar das suas diferenças, emergem como mulheres independentes e senhoras do seu próprio destino.

Iniciamos a viagem com Carmen, uma mulher livre que desdenha as convenções sociais. Uma figura de paixão e independência, Carmen traz toda uma nova abordagem ao feminino na ópera, desafiando os limites da expressão do desejo da mulher. Com ela, temos Don José, o soldado que se apaixona por Carmen, e Escamillo, o toreador que desperta o amor de Carmen. Ambos retratam diferentes faces da interação com o feminino — o desejo de posse e o respeito pela liberdade e individualidade.

Aparece depois Violetta de La Traviata, uma mulher condicionada socialmente, mas que, no fim de contas, como Carmen, é dona do seu destino. No dueto com Germont no 2º Ato, presenciamos a manipulação de Germont ao usar o casamento da sua filha, irmã de Alfredo, para evidenciar o preconceito social da relação deste com Violetta, refletindo as restrições e preconceitos que as mulheres enfrentavam naquela época. Mesmo assim, a escolha sacrificial de Violetta sublinha a sua autonomia, mesmo perante a adversidade. Alfredo, neste ato, ora consumido pelo amor, ora pelo orgulho, pois não aceita ser sustentado por uma mulher (uma total inversão dos valores da época), ora cego de ciúmes e, mais tarde, remorsos.

Na última parte, Rigoletto de Verdi apresenta-nos Gilda, à primeira vista uma jovem inocente usada pelo Duque, mas que pode ser vista também como vítima dos seus próprios impulsos e desejos de adolescente, escolhendo mesmo assim tomar o destino nas suas mãos ao sacrificar-se por aquele que ama. Madalena, a irmã do assassino Sparafucile, também surge como um retrato de manipulação e jogo de poder que as mulheres de baixa condição social tinham que enfrentar. Aqui vamos ouvir célebre ária "La donna è mobile", que pode ser traduzida como "A mulher é volúvel", um hino à visão do Duque das mulheres como seres inconstantes e caprichosos, que não podem ser levados a sério e que existem apenas para o seu prazer. Este é o coração da sua personalidade predatória que sobressai ainda mais no quarteto "Bella figlia dell'amore", ou "Bela filha do amor”. Manipulador, ele seduz Maddalena enquanto Gilda observa toda a cena pela janela, perante o desespero do seu pai, Rigoletto, que, apesar de cúmplice do Duque, se torna também vítima quando o alvo passa a ser a sua filha.

A gala inclui ainda a referência a outra ópera que conta com mais uma grande personagem do panteão feminino da Ópera. É Eugen Onegin de Tchaikovsky, da qual ouviremos a exuberante Polonaise. Nesta ópera, Tatiana, jovem e ingénua, ao ser rejeitada por Onegin, revela força e determinação, assumindo o controle do seu próprio destino ao rejeitar a posterior proposta de casamento de Onegin, apesar do seu amor persistente.

Por fim temos ainda espaço para a idílica Canção com Coro do Sonho de Uma Noite de Verão, de Felix Mendelssohn, o inspirado Intermezzo da Cavalleria Rusticana de Mascagni e o brinde de La Traviata, uma celebração da ópera e uma homenagem à força e resiliência das mulheres que moldam estas histórias, apresentando um mosaico de personagens femininas cujos enredos se interligam para retratar o feminino em toda a sua diversidade.


SOBRE O FESTIVAL


Ressurgimento do FOO

O Festival de Ópera de Óbidos, que marcou toda uma geração de profissionais e melómanos, esteve inativo nos últimos anos. A ABA - Banda de Alcobaça, Associação de Artes, na sua candidatura ao Apoio Sustentado da Direção Geral das Artes para o período 2023–2026, afirmou como um dos seus objetivos o ressurgimento deste festival, estabelecendo para o efeito uma parceria estratégica com o Município de Óbidos. Com esta parceria, pretende-se dar uma nova vida ao Festival de Ópera de Óbidos dotando-o de condições para que possa ambicionar um futuro sustentável e com capacidade de crescimento, contribuindo para colocar Portugal no circuito global de ópera.

Relevância

O Festival de Ópera de Óbidos pretende posicionar Portugal no circuito global da ópera através de parcerias estratégicas nacionais e internacionais e da participação de artistas de renome. Temos a ambição de transformar Óbidos num laboratório de ideias criativas nos campos da encenação, interpretação musical e ligação aos públicos, bem como um espaço para a descoberta e afirmação de talentos, dotando este Festival de uma ambição internacional que se deve projetar no Futuro do mesmo, fazendo de Portugal um centro de produção e circulação de ópera com alcance global, atraindo um público internacional e impulsionando o turismo cultural, deixando uma marca indelével no panorama operístico.

As atividades do Festival estendem-se desde Agosto, ainda em Lisboa e no Porto, onde decorrerão ensaios e os trabalhos de preparação das óperas, até meados de Setembro, altura em que serão apresentados os espetáculos.

A Quinta das Janelas

O espaço escolhido para acolher as atividades do Festival de Ópera de Óbidos é a Quinta das Janelas. Situada em Vale das Flores e a poucos metros do Convento de São Miguel, a sua construção remonta aos princípios do século XVI, incorpora a antiga Quinta das Flores (onde a Rainha D. Leonor ficava quando se deslocava às Caldas). Um local mágico e cheio de história que inclui um Palacete do século XVI, um conjunto de lagares, adegas, um picadeiro e um chafariz. Nesta quinta podemos ainda ver a Capela da Nossa Sra. do Desterro e uma nascente de águas sulfurosas (antigamente denominadas Caldas das Gaeyras) as quais são aproveitadas numa casa simples, coberta com uma abóbada, tendo no seu interior um tanque.


COMO CHEGAR


Plus Code: 9VC5+HGR Gaeiras
GPS: 39.371495, -9.141227

Desde a A8 – Autoestrada do Oeste
Na A8 sair na saída n.º17 (no sentido Sul–Norte indicação “N8 / Caldas da Rainha Sul / Gaeiras” e no sentido Norte–Sul indicação “N8 / Óbidos / Gaeiras). Seguir pela N8 / N114 na direção Óbidos / Gaeiras e, na rotunda do “Recheio - Cash and Carry” sair na 3ª saída na direção “Óbidos”. Cerca de 350 metros após a rotunda encontrará a indicação para a entrada do festival à sua esquerda.

Desde Óbidos
Tomando como ponto de partida a Estátua da Mão, na Praça da Criatividade, desça até à rotunda, deixando para trás as muralhas de Óbidos. Saia na 2ª saída (N8 / Caldas da Rainha) e siga pela N8 / N114 cerca de 2 quilómetros. Irá passar pelo Santuário do Senhor da Pedra, pela localidade de Caxinas, em Casal do Zambujeiro encontrará a indicação para a entrada do festival à sua direita.


BILHETEIRAS


Os bilhetes para o Festival de Ópera de Óbidos estarão disponíveis em blueticket.meo.pt e em dois postos de venda físicos: no Posto de Turismo de Óbidos (todos os dias) e na Quinta das Janelas (apenas nos dias dos espetáculos).

O Posto de Turismo de Óbidos encontra-se junto ao Parque de Estacionamento principal, na zona extra-muros, a cerca de 200 metros da entrada da vila de Óbidos.


Para mais informações sobre Óbidos e sobre o Festival, poderá visitar o website oficial do municípios de Óbidos.