"La Serva Padrona," ou "A Criada Tornada Amante," é um intermezzo composto por Giovanni Battista Pergolesi em 1733. A ópera apresenta Serpina, uma criada astuta e engenhosa que habilmente inverte as dinâmicas de poder na casa, convencendo seu mestre, Uberto, a se casar com ela.
La Serva Padrona, ópera em dois atos (intermezzi) de Giovanni Battista Pergolesi
Libreto de Antonio Federico Gennaro a partir de uma obra de teatro homónima de Jacopo Angelo Nelli
Récitas
8 de setembro · 21h00
10 de setembro · 19h00
Ficha artística
Carlos Antunes, encenação
António Carrilho, direção musical
Natacha Costa Pereira, cenografia
Nuno Braz de Oliveira, figurinos
Nuno Esteves (Blue), figurinista em palco
Zeca Iglésias, desenho de luz
Fátima Sousa, caracterização
Ana Paula Menezes, direção de cena
Elenco
Serpina — Carla Caramujo, soprano
Uberto — Luís Rodrigues, barítono
Vespone — João Merino, barítono
José Carlos Araújo, cravo
Orquestra La Nave Va
António Carrilho, direção musical
SINOPSE
Composta por Giovanni Battista Pergolesi em 1733, La Serva Padrona foi apresentada como um surpreendente intermezzo para a ópera Il Prigionier Superbo. Desde a sua estreia no Teatro San Bartolomeo, em Nápoles, que esta obra, pensada para ser um elemento secundário do espetáculo, foi sempre crescendo em popularidade de tal forma que ofuscou a ópera principal que a albergava.
O êxito de La Serva Padrona pode ser explicado pela fusão prodigiosa entre inovação artística e ressonância social. A sua simplicidade narrativa, contraposta às óperas mais densas da época, ofereceu ao público uma história com a qual se podia identificar, pontuada por melodias vivazes e ritmos contagiantes que divergiam significativamente das composições tradicionais. Mas não foi apenas o carácter musical que a catapultou para o sucesso. O humor intrínseco e a maneira como desafiou abertamente as convenções sociais, invertendo papéis hierárquicos tradicionais, tornou-a particularmente atraente numa época de descontentamento social latente. E, ainda que profundamente italiana na sua essência, os temas universais de aspiração social, dinâmicas de poder e sedução asseguraram a sua aclamação além-fronteiras.
No cerne da história, encontramos Serpina, a perspicaz criada (serva) que, com muita astúcia e a ajuda preciosa do seu fiel Vespone, manipula Uberto (o patrão), ao ponto dele admitir que talvez a ame. Serpina consegue assim casar-se com Uberto, tornando- se ela na patroa (padrona) da casa.
Numa época em que as mulheres eram frequentemente marginalizadas, a história de Serpina ressoa como uma chamada à ação. Mais do que uma simples serva, Serpina é um símbolo de vontade, manipulando as convenções sociais e desafiando o status quo. Por outro lado, Uberto é retratado de forma caricata e facilmente manipulável, desafiando o arquétipo masculino da época.
Por tudo isto, não é de todo desprovido pensar-se em commedia dell'arte quando ouvimos La Serva Padrona, sobretudo se atendermos à utilização de personagens estereotipados e situações caricatas. A perspicácia de Serpina remete-nos a personagens como Colombina, enquanto Uberto tem traços do Velho Pantalone. Ambos exploram o humor para satirizar as convenções sociais.
Em resumo, La Serva Padrona não foi apenas uma manifestação da genialidade de Pergolesi, mas também um reflexo agudo das sensibilidades e anseios da sua época.
SOBRE O FESTIVAL
Ressurgimento do FOO
O Festival de Ópera de Óbidos, que marcou toda uma geração de profissionais e melómanos, esteve inativo nos últimos anos. A ABA - Banda de Alcobaça, Associação de Artes, na sua candidatura ao Apoio Sustentado da Direção Geral das Artes para o período 2023–2026, afirmou como um dos seus objetivos o ressurgimento deste festival, estabelecendo para o efeito uma parceria estratégica com o Município de Óbidos. Com esta parceria, pretende-se dar uma nova vida ao Festival de Ópera de Óbidos dotando-o de condições para que possa ambicionar um futuro sustentável e com capacidade de crescimento, contribuindo para colocar Portugal no circuito global de ópera.
Relevância
O Festival de Ópera de Óbidos pretende posicionar Portugal no circuito global da ópera através de parcerias estratégicas nacionais e internacionais e da participação de artistas de renome. Temos a ambição de transformar Óbidos num laboratório de ideias criativas nos campos da encenação, interpretação musical e ligação aos públicos, bem como um espaço para a descoberta e afirmação de talentos, dotando este Festival de uma ambição internacional que se deve projetar no Futuro do mesmo, fazendo de Portugal um centro de produção e circulação de ópera com alcance global, atraindo um público internacional e impulsionando o turismo cultural, deixando uma marca indelével no panorama operístico.
As atividades do Festival estendem-se desde Agosto, ainda em Lisboa e no Porto, onde decorrerão ensaios e os trabalhos de preparação das óperas, até meados de Setembro, altura em que serão apresentados os espetáculos.
A Quinta das Janelas
O espaço escolhido para acolher as atividades do Festival de Ópera de Óbidos é a Quinta das Janelas. Situada em Vale das Flores e a poucos metros do Convento de São Miguel, a sua construção remonta aos princípios do século XVI, incorpora a antiga Quinta das Flores (onde a Rainha D. Leonor ficava quando se deslocava às Caldas). Um local mágico e cheio de história que inclui um Palacete do século XVI, um conjunto de lagares, adegas, um picadeiro e um chafariz. Nesta quinta podemos ainda ver a Capela da Nossa Sra. do Desterro e uma nascente de águas sulfurosas (antigamente denominadas Caldas das Gaeyras) as quais são aproveitadas numa casa simples, coberta com uma abóbada, tendo no seu interior um tanque.
COMO CHEGAR
Plus Code: 9VC5+HGR Gaeiras
GPS: 39.371495, -9.141227
Desde a A8 – Autoestrada do Oeste
Na A8 sair na saída n.º17 (no sentido Sul–Norte indicação “N8 / Caldas da Rainha Sul / Gaeiras” e no sentido Norte–Sul indicação “N8 / Óbidos / Gaeiras). Seguir pela N8 / N114 na direção Óbidos / Gaeiras e, na rotunda do “Recheio - Cash and Carry” sair na 3ª saída na direção “Óbidos”. Cerca de 350 metros após a rotunda encontrará a indicação para a entrada do festival à sua esquerda.
Desde Óbidos
Tomando como ponto de partida a Estátua da Mão, na Praça da Criatividade, desça até à rotunda, deixando para trás as muralhas de Óbidos. Saia na 2ª saída (N8 / Caldas da Rainha) e siga pela N8 / N114 cerca de 2 quilómetros. Irá passar pelo Santuário do Senhor da Pedra, pela localidade de Caxinas, em Casal do Zambujeiro encontrará a indicação para a entrada do festival à sua direita.
BILHETEIRAS
Os bilhetes para o Festival de Ópera de Óbidos estarão disponíveis em blueticket.meo.pt e em dois postos de venda físicos: no Posto de Turismo de Óbidos (todos os dias) e na Quinta das Janelas (apenas nos dias dos espetáculos).
O Posto de Turismo de Óbidos encontra-se junto ao Parque de Estacionamento principal, na zona extra-muros, a cerca de 200 metros da entrada da vila de Óbidos.
Para mais informações sobre Óbidos e sobre o Festival, poderá visitar o website oficial do municípios de Óbidos.